Implementar o estudo do hidrogénio nas escolas portuguesas com vista à criação de uma bolsa de técnicos especialistas nesta fonte de energia renovável é o objetivo do novo projeto da Clearenergy, empresa recém-associada da AIP localizada no Campus Politécnico de Portalegre.

O ano de 2023 poderá representar um marco histórico na transição energética em Portugal caso exista um investimento firme na literacia do hidrogénio, em todos os níveis do ensino. Novos programas didáticos irão pôr termo a preconceitos e travar o desperdício de recursos em tecnologias invasoras e prejudiciais ao ambiente.

“Devido à atual urgência climática e dependência energética e seguindo a excelente dinâmica do programa de formação, na área da literacia para o hidrogénio, desenvolvido pelo  Instituto Politécnico de Portalegre e promovido em parceria com a AIP, somos forçados a repensar prioridades considerando fundamental incorporar no nosso portfolio produtos e programas pedagógicos para a literacia do hidrogénio, como catalisadores no desenvolvimento de massa-crítica e cadeia de valor para a rápida transição energética”, releva Eduardo Pereira, sócio da Clearenergy, especialista em tecnologia de construção naval e máquinas, gestor de reparações navais e investigador industrial com duas patentes e dois modelos industriais.

A Clearenergy dedica-se à comercialização e implementação de tecnologias para armazenamento sustentável de energia como solução para a intermitência na produção de energias renováveis não invasivas – sol, vento e marés –, nomeadamente hidrogénio e seus derivados sintéticos.


Combater escassez e fuga de mão-de-obra

Na área da educação, a empresa comercializa equipamentos e programas em formato “STEAM & DIY”, específicos para a literacia do hidrogénio e energias renováveis, em representação das  “HorizonEducational” e “HeliocentrisAcademia”,  insígnias que abrangem todas as faixas etárias, desde o ensino básico até ao laboratório mais sofisticado de investigação e desenvolvimento de novas soluções.

O estudo do hidrogénio, a molécula mais abundante do universo e menos prejudicial ao meio ambiente, encontra-se, no nosso país, numa fase embrionária, segundo a análise de Eduardo Pereira: “Está reservado a laboratórios universitários. Existe uma carência enorme de massa crítica ao nível dos “stakeholders” mais influentes sobre temas como a tecnologia, potencial e suas vantagens comparativas e a deficiência de recursos humanos para os projetos das indústrias de produção de hidrogénio já em carteira. Levar a ciência do hidrogénio a todas as escolas do país, incluindo-a nos seus programas curriculares, vai alimentar o viveiro de especialistas em assuntos de H2, essenciais na transição energética para a sustentabilidade”.

Para além da mão-de-obra necessária aos projetos de produção industrial de hidrogénio já em carteira, “também o setor da mobilidade, onde o hidrogénio aparece como alternativa credível, vive um período de incerteza, com uma parte da força laboral a sair dos cursos de mecatrónica automóvel com perspetivas reduzidas a partir de 2035”, sublinha aquele investigador ao avançar outro facto preocupante que confirma a falta de profissionais: “É de salientar que durante o benchmarking para atrair fabricantes ao mercado nacional, alguns ainda escusam exportar para Portugal por escassez de massa crítica nacional neste setor”.


Denominação: CLEARENERGY – ENERGIAS RENOVÁVEIS, LDA

Concelho: Portalegre

Sector: Serviços

CAE: Atividades de ensaios e análises técnicas.

Gerente: Eduardo Pereira

Produtos/serviços: Comercialização e implementação de tecnologias para armazenamento sustentável de energia como solução para a intermitência na produção de energias renováveis não invasivas (sol, vento e marés), nomeadamente o hidrogénio e seus derivados sintéticos.

Principais objetivos de curto e médio prazo: Existe uma carência enorme de massa crítica ao nível dos “stakeholders” mais influentes sobre temas como a tecnologia, potencial e suas vantagens comparativas e a deficiência de recursos humanos para os projetos das indústrias de produção de hidrogénio já em carteira. Levar a ciência do hidrogénio a todas as escolas do país, incluindo-a nos seus programas curriculares, vai alimentar o viveiro de especialistas em assuntos de H2, essenciais na transição energética para a sustentabilidade.