Da relação entre salvar elefantes e o executive search

Big Disclaimer antes de começar a ler este artigo:
1. Para alguns, vou colocar a modéstia de parte como sempre faço quando falo dos meus talentos. Para outros, mais compreensivos certamente, chama-se apenas "encher o peito" de orgulho e falar genuinamente do que somos e porque somos o que somos, todos os dias.
2. Apesar de ser uma preocupação organizacional, falo na 1ª pessoa, pois este artigo é reflexo de um pensamento meu, que, apesar de partilhado por muitos que já me abordaram com este tema, e é da minha inteira responsabilidade. 
A expressão Executive Search é uma expressão já com algumas décadas. Tendo mudado o seu conceito inicial, ou não, é uma expressão, no mínimo, interessante.
Não descuro qualquer profissional que faça da sua vida o Executive Search, muito pelo contrário: reconheço-lhe o devido mérito por fazê-lo. Poderia reconhecer mais virtudes para além do mérito, mas para já fico-me por aqui. 

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Vencedora do Prémio Indústria e 3º Lugar nas Médias Empresas do índice da Excelência 2019

Outra expressão, e nesta sim, reconheço-lhe muito mais do que apenas mérito, é a simples (ou não) "atração e retenção de talento". Já falei muito dela em várias revistas e palestras, portanto, provavelmente tenho mais fundamento para falar sobre esta expressão do que a primeira que mencionei. Aos experts em ambas as áreas, as minhas sinceras desculpas por não dominar totalmente o assunto. Tento pelo menos perceber um pouco de tudo, e retirar as minhas conclusões, tendo sempre em conta os meus valores, princípios e propósitos.

A gestão de pessoas

No meu pensamento, a atração e retenção de talento só é passível de ser concretizada, se os mesmos forem geridos, através de um conjunto de esforços diários para que estes se sintam satisfeitos todos os dias. Este conjunto de esforços só é possível numa organização se, todas as direções departamentais estiverem alinhadas com a gestão de pessoas. Só este alinhamento torna possível que todos façam uma melhor gestão da sua equipa, criando uma alta motivação dos talentos. É esta motivação que permite que os mesmos estejam felizes na sua segunda casa. Resumindo: é essencial todos saberem gerir talentos, todos estarem alinhados, e todos estarem de acordo com os valores e propósito da organização. Falo de "esforço" porque, no fim do dia, e da maneira como o mercado se encontra, é um esforço considerável tudo aquilo que temos de fazer todos os dias para demonstrar a nossa preocupação, gratidão, reconhecimento, disponibilidade, acessibilidade e satisfação.

“É para mim difícil de compreender o que leva alguém a crer que, pessoas altamente motivadas, felizes, alinhadas com a estratégia e valores da empresa, saiam da organização onde se encontram.”

Sempre defendi que os meus talentos, os que eu giro todos os dias, são os melhores. Compreendo que há quem os queira: é legítimo, e somos todos livres (daí estar a escrever este artigo, caso contrário, o que é isso da liberdade de expressão...).
Mas acreditem nisto: quando os meus talentos vêm falar comigo e dizem que foram aliciados para ir a uma entrevista para outra empresa, e eu pergunto (com genuíno interesse pelo assunto) "A sério? E então?" e eles me respondem a dizer que recusaram e que não estavam interessados, eu fico SERIAMENTE aborrecida!
Neste momento, estão duas questões a pairar nas vossas cabeças:
Questão 1: "Sim sim, acredito plenamente que os teus talentos falem abertamente contigo sobre esse assunto". Tenho muita sorte, e "encho o meu peito" de orgulho e digo: SIM. Muitos deles falam, e é motivo para eu sorrir e pensar e orgulhar-me que realmente, estão aqui 38 anos de uma cultura organizacional bem enraizada e bem implementada. Não é por acaso que as três palavras sobre a nossa cultura organizacional sejam "informalidade, proximidade e respeito". E quem não fala, sabe que pode falar, discutir, contradizer, argumentar, afirmar, o que entender. Sempre com respeito e consideração, a nossa equipa é feita de verdadeiras pessoas que encaram os nossos valores como valores de família e como valores a reter para a vida e o seu dia-a-dia fora da empresa.
Questão 2: "Por que raio ficas tu SERIAMENTE aborrecida, se eles disseram que não?" Muito simples: como “cuidadores” de talentos, alegra-nos também que experienciem novas realidades. Orgulhamo-nos tanto do que somos, do que fazemos, e do quanto somos felizes a fazer o que fazemos, que não temos problemas em afirmar que temos e oferecemos condições de excelência dentro da nossa empresa. Quando vemos que podemos fazer mais para sermos melhores, as primeiras sugestões vêm dos nossos próprios talentos. Obviamente que, quando falta um talento, prejudica-nos o nosso caminho para o sucesso. Todos têm um papel primordial em cada tarefa para a qual são contratados. E como todos são devidamente reconhecidos pela sua magnífica adaptabilidade e polivalência, fazem sempre falta em qualquer equipa. No entanto, respeitamos cada decisão e cada caminho que cada um quer traçar. Queremos apenas que, quando falem, reclamem e argumentem, falem com fundamento daquilo que conhecem fora da nossa empresa.
E o que é que isto tem que ver com elefantes?
Para os caçadores de elefantes, um elefante só é válido pelo marfim dos seus dentes, tentam capturá-lo recorrendo às técnicas mais evasivas, mais brutais e desonestas.
Felizmente, existe quem perceba que o valor do elefante não está apenas no marfim, mas em todo o seu ser, na sua inteligência, no seu viver na sua parte emocional, e portanto o cuide, podendo assim desfrutar desse tesouro todos os dias.
Assim é o mundo dos recursos humanos, com caçadores furtivos, que recorrem a práticas pouco éticas apenas pelo “marfim” dos recursos humanos em si.
Contudo, e porque estamos num mundo “evoluído” peço aos mesmos que entendam que o mais belo dos “elefantes” não é o “marfim”, mas todo o seu ser, e que esse ser necessita de ser alimentado e mantido!
Que no futuro exista um mundo cheio de elefantes felizes!