Women&Business | Entrevista a Serena Cabrita Neto
Quais as razões que a levaram a escolher a atividade que exerce?
Desde cedo, tive gosto pelo debate de ideias e pelas várias argumentações sobre as mais diferentes questões. Isso, aliado à vontade de deixar uma marca na sociedade e ajudar terceiros, o que é típico para quem vai para estas profissões liberais. No fundo, trata-se de deixar, também, um contributo a favor dos outros.
Quais as barreiras que teve ultrapassar barreiras para chegar onde está?
Não tive de ultrapassar barreiras diferentes às de qualquer pessoa que siga esta carreira. Obviamente, todos temos obstáculos para ultrapassar e eu tentei ultrapassá-los, um a um. Mas terão sido os mesmos que os meus colegas e as minhas colegas, da minha geração e que escolheram esta profissão, tiveram de ultrapassar.
Ser mulher revelou-se, nalgum momento da sua carreira, um fator diferenciador?
Vejo sempre o ser mulher como um fator diferenciador pela positiva. Não tanto no sentido de me sentir discriminada ou de sofrer alguma diminuição pelo facto de ser mulher, mas antes usar as qualidades de mulher para fazer melhor. E juntar as características de uma mulher a uma profissão que, por gerações, foi só exercida por homens. Não é o caso da minha geração. Houve mulheres que antes de mim desbravaram este caminho. Mas, obviamente, somos diferentes dos homens!
A pergunta para o milhão – O que teve de lutar ou de abdicar para aqui chegar?
Lutei o mesmo que as mulheres que seguiram a minha carreira lutaram. Que fizeram o mesmo que eu, que fazem coisas parecidas ou que tiveram de fazer. Tive de estudar. Estudar implica abdicar do tempo para outras coisas. Mas estou contente com as escolhas que fiz. Se tivesse de lamentar alguma coisa – fui mãe bastante tarde e por isso só tenho um filho. E, agora que tenho um, gostaria de ter tido mais! Mas no fim do dia sinto-me muito contente e realizada com as minhas opções.
Há alguma figura feminina que seja para si uma referência ou inspiração, e porquê?
Saindo de um panorama pessoal e indo para um mais público, penso que poderia nomear mulheres importantes para todas nós e para a sociedade em geral, e muito inspiradoras. Uma mulher que caracteriza bem os tempos que estamos a viver, que por acaso também é advogada e é uma mulher do século XXI… Talvez a Michelle Obama! Ela é muito inspiradora para todos, conseguiu ultrapassar a fama do marido, o antigo Presidente dos Estados Unidos da América, e é apontada por muitos como potencial candidata ideal para um dia também poder ser Presidente. E, de facto, ela inspira-nos. As suas mensagens e a sua postura são verdadeiramente diferentes e diferenciadoras. Portanto, é a ela que eu aponto.