
Envolvente Empresarial
Informação, análise económica e estratégica de interesse para as empresas
ANÁLISE DA CONJUNTURA
Março . 2025
Em março de 2025, a taxa de inflação homóloga voltou a descer para 1,9% (2,4% em fevereiro e 2,5% em janeiro). A inflação subjacente de março estabilizou também nos 1,9%.
• Em fevereiro, a dívida das administrações públicas na ótica de Maastricht subiu para 277,2 mil milhões de euros (257,3 mil milhões de euros, líquida de depósitos), o valor mais elevado desde setembro de 2023.
• Até março registaram-se 506 processos de insolvência das empresas, representativos de um decrescimento de 7,2% comparativamente a igual período do ano de 2024.
• Até fevereiro, as exportações de bens voltaram a subir (+11,9% face ao período homólogo); as importações subiram menos, +5,8% neste período, contribuindo assim para uma diminuição do deficit da balança de bens. Em janeiro, as exportações de serviços aumentaram 8,3% e as importações diminuíram em 0,5%, contribuindo para um aumento do superavit da balança de serviços.
• As taxas de juro mantêm uma tendência de descida quando se avizinham novas decisões para descida, ainda que paulatina, das taxas de referência, durante o ano de 2025, por parte do BCE (a taxa de referência de facilidade permanente de depósito está agora em 2,5%).
As taxas Euribor a 6 meses e a 12 meses fixaram-se numa média mensal em março de, respetivamente, 2,385% e 2,398%.
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Indicadores de Conjuntura Económica/2024

Análise de Conjuntura
1º Trimestre/2025
Destaque:
1. O impacto negativo sobre a indústria exportadora portuguesa das medidas ‘Trump’ não decorre apenas dos efeitos diretos no comércio externo português, onde os EUA pesam 6,7% no total das nossas exportações, mas também serão afetados os setores que não têm uma grande exposição direta ao mercado norte-americano, mas que exportam para empresas europeias muito dependentes deste mercado.
Ao nível nacional, as medidas de mitigação do impacto deste choque comercial que constam do Programa Reforçar fazem todo o sentido, em particular no que respeita ao objetivo de reforçar o apoio às estratégias de diversificação de mercados das empresas. Numa perspetiva mais alargada, continuamos a precisar de uma política económica mais favorável ao aumento do valor acrescentado da produção nacional, nomeadamente pela incorporação de mais inovação nos processos, nos serviços e nos produtos.
2. A economia portuguesa, cujas previsões de crescimento para 2025 e 2026 das principais instituições nacionais e internacionais são cautelosas (em torno dos 2,2% em 2025 e dos 2% em 2026), enfrenta riscos que decorrem destas tensões que afetam o comércio internacional e a procura externa, mas também riscos internos que decorrem da instabilidade política interna.
O principal contribuinte para o crescimento económico continua a ser o consumo privado. As exportações (ainda que a perspetiva de crescimento das importações seja superior à das exportações – portanto contributo negativo da procura externa líquida) e o investimento, por via do PRR e do Portugal 2030, são também possíveis motores da economia.
3. No primeiro trimestre de 2025, as taxas Euribor a 3, 6 e 12 meses mantiveram uma tendência transversalmente descendente, refletindo uma maior confiança dos mercados sobre o controlo da inflação e antecipando um ciclo de cortes nas taxas diretoras do BCE até final do ano. A yield da dívida pública a 10 anos está nos 3,29%, a 6ª mais baixa da União Europeia , refletindo bem a confiança dos mercados na economia portuguesa.
A dívida bruta das administrações públicas, em março de 2025, ascende 278,3 mil milhões de euros (96,3% do PIB).