José Eduardo Carvalho, presidente da AIP, e Luís Dionísio, partner da consultora ERA Group, foram os anfitriões de um almoço debate sobre estratégias de aumento da eficiência e produtividade nas empresas, que decorreu em Lisboa, no dia 19 de setembro. Danilo Hassamo, da Primedrinks, Pedro Morna, da Samsic, e Micaela Silva, da Digal, foram os oradores de serviço, tendo Pedro Amendoeira como moderador na partilha de experiências dos intervenientes, perante uma plateia de 40 empresários.
Durante a sua intervenção Micaela Silva foi assertiva: “a gestão e a retenção de talentos nas empresas não é muito valorizada, mas o custo de substituição de um colaborador e a curva de aprendizagem que tem de ser feita reduz imenso a produtividade medida naquele ano. O desafio são as equipas e ensinar as pessoas a liderar. Liderar não é fazer melhor. É ensinar a fazer e sobretudo ajudar as pessoas a fazer. A motivação e o envolvimento são fatores determinantes”
A propósito de medidas que possam contribuir para o aumento da competitividade, Micaela Silva referiu que “os acordos de setor, que não estamos muito habituados a implementar, têm que sofrer uma mudança de mentalidades. Se tornar o meu setor mais atrativo, se perceber que, em conjunto, conseguimos criar ferramentas para combater outras atividades, se calhar ficamos todos mais fortes. Onde existe corporativismo as empresas são mais eficientes e mais lucrativas”.
A responsável da Digal acrescentou que “a Europa é ótima a regulamentar e a criar custos de contexto, que nos retiram competitividade. Depois, os organismos públicos também são muito profícuos em criar regulamentos e normas adicionais. Mas é importante perceber que o tecido empresarial português tem muitas PME, mas se essas PME se agregarem, em conjunto têm a força de uma grande empresa. Há, pois, um grande caminho a fazer para responder à regulamentação europeia. Com um bom planeamento estratégico conseguimos ir planeando as empresas para que elas atinjam os resultados que os seus administradores propõem”.
Já para Pedro Morna, “a capacitação dos nossos recursos é um grande desafio porque temos muita mão-de-obra imigrante e temos de a formar, por vezes ensinar a língua. As necessidades dos nossos clientes são muito díspares, pelo que capacitar a mão de obra para as diferentes realidades é o nosso grande desafio”.
Referindo-se a tendências emergentes que podem influenciar a produtividade nos próximos anos, Pedro Morna afirmou que “principalmente nas grandes multinacionais, é a externalização de todos os serviços para um único player. Tudo o que não é core do cliente passa para um único player. E isso permite eficiência”.
Finalizou defendendo que “é sempre possível fazer melhor. É sempre possível ser mais produtivo. Com capacitação da equipa, com treino, com formação, explicando às pessoas o motivo, é possível ser mais produtivo”.
Danilo Hassamo deu como exemplo de eficiência no setor “os produtores que estão mais profissionalizados e já utilizam tecnologia em cada pé de vinha para medir níveis de humidade, temperaturas, que juntamente a um conjunto de informações acumuladas ao longo do tempo, conseguem utilizar métodos preditivos e antever o que causa mais dispêndio entre campanhas, que são os tratamentos que é preciso dar à vinha. É um exemplo de um salto qualitativo muito grande que se tem visto ultimamente”.
O responsável da Primedrinks terminou firmando que “acredita claramente na importância que o capital humano tem nas organizações. O fator central ao longo dos anos tem sido continuar a acreditar que as pessoas fazem a diferença e ao fazerem a diferença vincam bem a qualidade da organização”.